domingo, 8 de setembro de 2013

AMIZADE

DICA
EU
ME CHAMO
ADEMAR ALÊIX0

     








 No final da década dos anos noventa aproximadamente quinze anos atrás, chegava na minha vizinhança este paulista de Batatais-SP, acompanhado de sua esposa Maria Dulce juntamente com seus filhos Marcelo e Maurício. Aqui ficou plantada a ESTÂNCIA IRENE, nome dado à sua propriedade para homenagear uma pessoa muito querida por ele, sua sogra, não esquecendo neste momento a lembrança de seu sogro (João Soriani, "Sr. Joninha") também muito estimado por nós todos.
      Com sua chegada, inicia-se um ciclo de amizade muito saudável com minha família e demais pessoas da nossa convivência, nesta residencia tão aconchegante que aqui se instalou. Uma de suas habilidades era a de reunir pessoas em sua casa e conquistar sempre novas amizades sem distinções nenhuma, desde que estas pessoas fossem de seu agrado. Abaixo estão algumas fotos de nossa convivência.


Falando um pouco deste personagem, me lembro de sua animadas introduções nas conversas de rodinhas que fazíamos entre os amigos. Por exemplo: "Revolver é chimite (schimidt), embornal é de couro, mulher apaixonada do cabelo louro" visando a D.Dulce, claro!!!!!!!!!.   mais uma: "Cachaça, mulher e madrugada é pra quem aguenta".  E assim íamos passando aqueles pedaços de tempo bons de serem lembrados. Lembrando também quando no embalo da festa,  surgia alguns cantores improvisados, ele ia de Vicente Celestino, com:  O ÉBRIO.


O Ébrio
Vicente Celestino

Recitativo - Falado : Nasci artista. Fui cantor. Ainda pequeno levaram-me para uma escola de canto. O meu nome, pouco a pouco, foi crescendo, crescendo, até chegar aos píncaros da glória. Durante a minha trajetória artística tive vários amores. Todas elas juravam-me amor eterno, mas acabavam fugindo com outros, deixando-me a saudade e a dor. Uma noite, quando eu cantava a Tosca, uma jovem da primeira fila atirou-me uma flor. Essa jovem veio a ser mais tarde a minha legítima esposa. Um dia, quando eu cantava A Força do Destino, ela fugiu com outro, deixando-me uma carta, e na carta um adeus. Não pude mais cantar. Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo, me havia deixado um pedacinho de seu eu: a minha filha. Uma pequenina boneca de carne que eu tinha o dever de educar. Voltei novamente a cantar mas só por amor à minha filha. Eduquei-a, fez-se moça, bonita... E uma noite, quando eu cantava ainda mais uma vez A Força do Destino, Deus levou a minha filha para nunca mais voltar. Daí pra cá eu fui caindo, caindo, passando dos teatros de alta categoria para os de mais baixa. Até que acabei por levar uma vaia cantando em pleno picadeiro de um circo. Nunca mais fui nada. Nada, não! Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha desventura, chamam-me ébrio. Ébrio...

Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou.
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer.
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou...
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo.
Cada colega de infortúnio é um grande amigo,
Que embora tenham, como eu, seus sofrimentos,
Me aconselham e aliviam o meu tormento.
Já fui feliz e recebido com nobreza. Até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé,
E nos parentes... confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então:
O falso lar que amava e que a chorar deixei.
Cada parente, cada amigo, era um ladrão;
Me abandonaram e roubaram o que amei.
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar:
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição.
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração.
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo.


                  Prestes à sua volta para Batatais, contou-me uma daquelas histórias populares narradas por pessoas mais velhas e experientes, com os seguintes dizeres: " Se uma rês escapa porteira afora, o cavaleiro não consegui fecha-la mais, a não ser que o cavalo seja muito bom e a traia também, caso contrario é melhor não deixar que ela saia. Domine a porteira enquanto é tempo, antes que seja tarde demais". 
       Ai volta para sua cidade de origem, à conviver com seus familiares mais próximos, sem dizer que ficará junto com seu neto. Na minha opinião foi a decisão correta, iluminada pelo criador, na hora certa, antes de perder o domínio da porteira.
        Esta postagem lhe servirá de lembrança da ESTÂNCIA IRENE, sendo assim:  "Que Deus o ilumine e a mim não desampare".
           Seu amigo Rubens "Barrichello"!!!!!!!!!!!!!!!
                      

                                                  

          (Dê um clique em uma foto para ver o álbum completo maior) 



























































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